Hostigamiento judicial contra el Sr. José Batista Gonçalves Afonso, abogado y defensor de derechos humanos

23/07/2009
Comunicado

Excelencias,

El Observatorio para la Protección de los Defensores de Derechos Humanos, programa conjunto de la Organización Mundial Contra la Tortura (OMCT) y de la Federación Internacional de Derechos Humanos (FIDH), desea, por la presente, hacerles par de su preocupación en relación con el hostigamiento judicial del cual es objeto el Sr. José Batista Gonçalves Afonso, abogado y defensor de los derechos humanos.

El Observatorio ha conocido que el 12 de junio de 2008, el Sr. José Batista Gonçalves Afonso, abogado de la Comisión Pastoral de la Tierra de Marabá (Commissão Pastoral da Terra - CPT) y miembro de la coordinación nacional de la CPT, fue condenado por el Juez de la Justicia Federal de Marabá (Estado del Pará), el Sr. Carlos Henrique Haddad, a una pena de dos años y cinco meses de cárcel por supuesto delito de secuestro (Proceso n° 2003.39.01.000173-5). Se interpuso un recurso de apelación contra esta sentencia pero, según informaciones recientes, el 21 de enero de 2009, el Sr. Carlos Eduardo Copetti Leite, Procurador de la República, se pronunció a favor del mantenimiento de esta condena. Ahora, el recurso de apelación será estudiado en breves semanas por la tercera cámara del Tribunal Regional Federal de la Primera Región, cuya relatora es la Sra. Assusete Magalhães.

Según las informaciones, en marzo de 1999, más de 10,000 trabajadores rurales de la Federación de los Trabajadores de la Agricultura (Federação dos Trabalhadores na Agricultura - FETAGRI) y del Movimiento de los Trabajadores Rurales sin Tierra (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra - MST) del Sur y Sureste del Estado del Pará montaron un campamento en frente de la sede del INCRA del municipio de Marabá para manifestar su inconformidad con la lentitud del INCRA en resolver la cuestión del asentamiento de miles de familias sin tierra acampadas y de la precariedad de los asentamientos existentes.

El 4 de abril de 1999, el Gobierno se reunió con los trabajadores para entablar negociaciones. La reunión tuvo lugar en el INCRA con 120 líderes de asociaciones y sindicatos, así como representantes del Gobierno Federal y del Gobierno del Estado del Pará.

Hacia las 22h00, frente a la ausencia de respuesta a sus reivindicaciones, los trabajadores entraron en las dependencias, rodeando el salón plenario del INCRA, impidiendo así la salida del equipo de negociadores durante el resto de la noche y la mañana del día siguiente. El abogado José Batista Gonçalves Afonso, quien asesoraba en ese momento al MST y a la FETAGRI, intentó mediar en el conflicto entre el INCRA y los trabajadores. Sin embargo, fue posteriormente acusado por el Ministerio Público Federal de haber impedido a los representantes del INCRA de salir del edificio.

El Sr. José Batista Gonçalves Afonso es un reconocido defensor de derechos humanos en el Pará, en especial en la defensa de los trabajadores y líderes rurales que son víctimas de violencia, así como en la lucha contra la impunidad y la esclavitud. Por lo tanto, el Observatorio manifiesta su firme rechazo a la condena pronunciada en su contra y les hace un llamado, Sres Magistrados, Sra Magalhães para que puedan ayudar a corregir esta condena y garantizar al abogado José Batista y a la CPT en el Pará, la libertad de continuar actuando en defensa de los derechos humanos en aquella región de la Amazonia tan marcada por la violación de estos derechos.

El Observatorio les llama, Sr. Presidente, Sr. Ministro, a que velen por que se ponga fin a todo tipo de hostigamiento judicial en contra del Sr. Gonçalves Afonso y, de manera general, que se garantice la protección de todos los defensores de derechos humanos en Brasil, de acuerdo con la Declaración sobre los Defensores de Derechos Humanos adoptada por la Asamblea General de la ONU el 9 de diciembre de 1998, en particular en lo referente al deber del Estado de garantizar "la protección de toda persona, individual o colectivamente, frente a toda violencia o represalia, discriminación, negativa de hecho o de derecho, presión o cualquier otra acción arbitraria del ejercicio legítimo de los derechos mencionados en la presente Declaración" (art.12.2).

Excelencias, confiando en su compromiso con los derechos humanos y agradeciendo su atención a la presente, nos suscribimos de Ustedes muy respetuosamente.

Souhayr BELHASSEN

Presidente de la FIDH

Eric SOTTAS

Secretario General de la OMCT

O OBSERVATÓRIO PARA A PROTECÇÃO DOS DEFENSORES DOS DIREITOS HUMANOS

Carta Aberta a:

· Sr. Luiz Inácio Lula da Silva, Presidente da República Federativa do Brasil

· Sr. Tarso Genro, Ministro da Justiça da República Federativa do Brasil

· Srs. Magistrados da Terceira Turma do Tribunal Regional Federal da Primeira Região

· Srª Assusete Magalhães, Desembargadora Relatora da Terceira Turma do Tribunal Regional Federal da Primeira Região

Genebra-Paris, 10 de fevereiro de 2009

Re: Perseguição judicial contra o Sr. José Batista Gonçalves Afonso, advogado e defensor de direitos humanos

Excelências,

O Observatório para a Proteção dos Defensores de Direitos Humanos, programa conjunto da Organização Mundial Contra a Tortura (OMCT) e da Federação Internacional de Direitos Humanos (FIDH), deseja, por meio desta, comunicar sua preocupação em relação à perseguição do qual é objeto o Sr. José Batista Gonçalves Afonso, advogado e defensor dos direitos humanos.

É de conhecimento do Observatório que no dia 12 de junho de 2008 o Sr. José Batista Gonçalves Afonso, advogado da Comissão Pastoral da Terra de Marabá (CPT) e membro da coordenação nacional da CPT, foi condenado pelo juiz federal de Marabá (Pará), Sr. Carlos Henrique Haddad, a uma pena de dois anos e cinco meses de prisão por suposto delito de seqüestro (Processo n° 2003.39.01.000173-5). Foi apresentado um recurso de apelação contra esta sentença mas, segundo informações recentes, no dia 21 de janeiro de 2009, o Sr. Carlos Eduardo Copetti Leite, Procurador da República, se pronunciou a favor da manutenção da pena. Agora, o recurso de apelação será estudado em poucas semanas pela terceira câmara do Tribunal Regional Federal da Primeira Região, cuja relatora é a Sra. Assusete Magalhães.

Segundo as informações, em março de 1999, mais de 10 mil trabalhadores rurais da Federação dos Trabalhadores da Agricultura (FETAGRI) e do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) do sul e do sudeste do estado do Pará montaram acampamento em frente da sede do INCRA do município de Marabá para manifestar sua inconformidade com a lentidão do INCRA em resolver a questão do assentamento de milhares de famílias sem terra acampadas e da precariedade dos assentamentos existentes. No dia 4 de abril de 1999, o governo se reuniu com os trabalhadores para iniciar negociações. A reunião se deu no INCRA com 120 líderes de associações e sindicatos, assim como representantes do governo federal e do governo do estado do Pará.

Por volta das 22h00, diante da ausência de resposta às suas reivindicações, os trabalhadores entraram nas dependências, rodeando o salão plenário do INCRA, impedindo assim a saída da equipe de negociadores durante o resto da noite e a manhã do dia seguinte. O advogado José Batista Gonçalves Afonso, que negociava nesse momento pelo MST e pela FETAGRI, tentou mediar o conflito entre o INCRA e os trabalhadores. No entanto, foi posteriormente acusado pelo Ministério Público Federal de ter impedido os representantes do INCRA de sair do edifício.

O Sr. José Batista Gonçalves Afonso é um reconhecido defensor de direitos humanos no Pará, em especial na defesa de trabalhadores e líderes rurais que são vítimas de violência, assim como na luta contra a impunidade e a escravidão. Portanto, o Observatório manifesta sua firme rejeição à condenação pronunciada e lhes faz um chamado, Sres. Magistrados, Sra. Magalhães, para que possam ajudar a corrigir esta sentença e garantir ao advogado José Batista e à CPT do Pará a liberdade de continuar atuando na defesa dos direitos humanos naquela região da Amazônia tão marcada pela violação destes direitos.

O Observatório lhes chama, Sr. Presidente, Sr. Ministro, para que assegurem que se ponha um fim a todo tipo de perseguição judicial contra o Sr. Gonçalves Afonso e, de maneira geral, que se garanta a proteção de todos os defensores de direitos humanos no Brasil, de acordo com a Declaração sobre os Defensores de Direitos Humanos adotada pela Assembléia Geral da ONU no dia 9 de dezembro de 1998, em particular no que se refere ao dever do Estado de garantir "a proteção de toda pessoa, individual ou coletivamente, diante de toda violência, ameaça ou represália, discriminação de fato ou de direito, pressão ou qualquer outra ação arbitrária resultante do exercício legítimo dos direitos mencionados na presente Declaração".

Excelências, confiando em vosso compromisso com os direitos humanos e agradecendo vossa atenção à presente, subscrevemos respeitosamente.

Souhayr BELHASSEN

Presidente da FIDH

Eric SOTTAS

Secretário Geral da OMCT

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